A paisagem não vale a pena.
Pesa dizê-lo assim tão duramente,
mas o que eu posso fazer contra os mascarados
que penetram os altos muros
e agora coabitam os aposentos desolados?
Já não vale a pena a manhã.
Os embuçados chegaram em surdina
e foram destroçando todos os pilares,
todas as primaveras, as lúcidas esperanças,
vultos tão horrendos que paralisaram o dia.
A noite não significa mais nada.
As casas dormem e não significam mais nada.
O vento cortou-se em mil fatias de desespero.
Que a dimensão canta além da treva,
a face repousada, os olhos claros?
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