sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Vídeos da semana: bravos e politicamente engajados

Indicando os videos mais interessantes da semana postados pelo perfil do Larvas no facebook, videos postados recentemente e claro que com o nosso padrão convencional de qualidade.

Aí vai.


A filosofa Marilena Chauí fala de uma maneira cativa e carismática sobre o papel "ético" da classe média. Esse vídeo é de antes de ontem (29/08) e foi filmado durante o debate "Ascensão Conservadora" que aconteceu na USP dia 28/08 e foi produzido pelo Coletivo dos estudantes em defesa da educação pública. 

É de chorar de rir e arrepiante.
Vale muito à pena.




O próximo video é do mês passado. Um show quase inteiro da banda divinopolitana Declinio Social no novo espaço underground Studio Bar. Abraços a todos que fazem aquela cidade pulsar de maneira impressionante. A energia aqui é pura e se você gosta de punk, de protesto, ou das coisas que postamos aqui pode sacar que é a revolta em seu estado puto, aliás, puro.



Então é isso
Dê feedback, se quiser...




quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Os Fernandes: como um deus despedaçado que renasce numa flor

Às vezes se vai dormir e um sino toca (ou o Gustavo Lima no vizinho), a imagem de um santo triste (ou o Jô na TV), a aridez da cruz, ou o escuro mesmo (e seus fantasmas) nos encara.
Para alguns, a (quase) convicção de que deus não existe, e que devemos levar isso até as últimas consequências. Nada. Nem aqueles bonitões da Grécia, nem os naturebas Célticos, nem os sedentos por sangue Astecas. Se bobear, nem o Lula, o Reuni e o Bolsa Família. Nem Marx. Se pá, nem a grana, meu camarada. Corre atrás não pra ver.

E é aí que tá uma grande questão pra você, desamparado até pela divina cultura de massa que de rodízio em rodízio já não desce no seu estômago. Não. Não quer nem se vestir de preto mais, berrar a sua revolta com o mundo, nem se adequar, nem entrar na fila e financiar uma imagem no banco?

Tudo bem: daí vem uma fila de clichês, desde o universiotário cult bacaninha que adora agitações culturais, até o comunista que almeja entre uma maconha e outra, lutar com os movimentos sociais em prol dum mundo melhor pra todos, e que morram os burgueses, passando pelo médicoengenheiroadvogado que só quer fazer a sua e dançar a dança da vez, com seu open bar e namorada bonita. E dá pra nadar no mar do consumir consumir consumir sumir ir. Que possivelmente é o mais fácil que tem por aí. E postar tudo no facebook, claro, que ninguém conversa por cima do muro mais.

É tanta coisa que cansa. É tanta coisa. É tanta. É.

O novo não nos choca mais. Nada de novo sob o sol. O que existe é o mesmo ovo de sempre, chocando o mesmo novo.

Ainda resta, claro, os antidepressivos, a bebida, a droga, o amor, o mundo pra conhecer e as grandes obras da humanidade. E uma ou outra pessoa legal pra gente se iludir.

Felizmente, no mar do mesmo de sempre, vez ou outra aparece algo que te faz olhar pra frente, algo diferente, algo consistente. Que te faz lembrar de quando você lê aquele grande livro da sua vida, ou quando você ainda tinha saco pra adorar algum artista, na falta de deus, ou adorar alguma namorada, na falta dum artista, ou adorar uma bebida, na falta de uma namorada. Tipo dar um tapa nas costas da vida.

Felizmente, tive o prazer de con viver, ouvir e assistir Os Fernandes, e sentir que aquela coisa, que faz a gente pensar que vale a pena, mesmo assim. Que isso não é masturbação. Não é feito com a cabeça, nem com o umbigo. É feito com riso, e calo na mão.

Apesar de todo o mito falido, taí de novo, o verbo e a criação.

Foi engraçado olhar, em cada apresentação deles, num coreto de praça em Campanha, depois da missa, chovendo, e ver chegar um bando de menininhas do grupo de jovens católicos berrando o “Baião do LSD”, ou a academia de letras de Caxambú olhando os malabares e o som circense na praça e pensando  sem pensar : “meu deus, por quê me abandonastes?”, ou numa baladinha universitária qualquer, com todo mundo bêbado e ouvindo que “não acredito num deus que não saiba dançar”.

No frio louco de Barbacena, entre as pedras de São João, berros buscam voz.
Algo como os mamonas querendo falar (assassinar a) poesia.

Contra expectativas, no meio da serrania uma lesma sobe as ladeiras de Ouro Preto.
Resta saber se o tempo e o esquecimento hão de esmagá-la antes do topo.
Ou se a sorte (e o braço) hão de criar caminhos, no meio do rodamoinho.

Boa sorte, amigos.


Ainda assim, cantem, como se fosse verdade – a esperança.




A poesia foi fotografada pelada!

Pelada!

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Homenagens à Itamar Assumpção

That's a special night
(à Itamar Assumpção)

tenho a certeza convicta de que em seus abdomêns
já há a fria e pinicante sensação de que algo de terrível vá acontecer
ao anoitecer a lua parecia uma calota de caminhão
pouco tempo depois os planetas do sistema brilhavam pacas não é?
e lembrou-se que é de madrugada que as máscaras caem
estrelas cadentes cadenciaram por alguns minutos
e uma organização espacial libertou os 3 seres transparentes
que uniram os espíritos
que cantam que voam que tocam que andam
e não poderia faltar o
epirito de porco (e o kiko?)
afinal qual é o problema de ser só um pouquinho filho da puta, hein?
Nosso padroeiro celestial, vestindo armaduras coloridas com seus
dreads insanos procurando farofa e cachaça surfiu
a sua pele era negra como a própria noite
e não havia como separar a escuridão de si próprio
e se antes as luzes que compõe a madrugada brincavam
o breu agora era total 
uma voz feminina atráz do coelho
que além de entrar no buraco também se chama Alice grita:

"Ita: Pedra em tupi
Maaaaaaaaaaaaar
que se eleva: Assumpção"*

O Itamar era a ausência da lua
e a escuridão tomou nossos corações


Vinicius Tobias
 *(o trecho é um poema de Alice Ruiz)




*Se essa entidade baixa pode acreditar que ganhou o melhor da noite, o Itamar se torna herói pelos atos, pelos resultados tantos experimentais como populares, é a Vanguarda de 80 em seu máximo exponencial ou melhor segundo ele: "Vanguardinha, que vanguardinha o que?" é o espirito padroeiro de qualquer pensamento de liberdade artística e cultural, ou seja, liberdade de fato: Haja vida pro artista!




 ESTALO

Ainda meio grogue,
sem saber direito
quem era, de que jeito
veio e onde, raios!, estava,
o negão esfregou os olhos
e piscou duzentas vezes,
reconfigurando a visão.

Constatou, um tanto aflito,
que aquele lugar esquisito
não tinha teto e nem chão.
Pensou: “Será isso um sonho?”.
“Mas” – exclamou, ao reconhecer
o bigodudo que acenava pra ele
de longe: “Aquele lá
é o Leminski – morrendo de rir,
o filhadaputa, da minha
enormíssima aflição!”.

Num estalo, compreendeu tudo
e sorriu, já no clima.
foi caminhando, digo, planando
na direção do outro e mandou:
“Licença, meu mano!”
E o Tio Lema,
com pinta de anfitrião:
“Chega aí, Beleléu.
Bom que trouxe o violão”
     
Ricardo Aleixo

domingo, 19 de agosto de 2012

Recital: "Intervenções na Eternidade Desrítmica"


1º apresentação do recital "Intervenções na Eternidade Desrítmica" na cidade de São João Del Rei.

Voz: Vinicius Tobias (Murdock)
Bateria: Philippe Campos (PH)
Guitarra: Lucas Ferreira
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