sábado, 11 de junho de 2011

Miedo de perder-te - Torquato, neto

  Quero por que quero o meu baião da solidão, os pés no chão e as asas pra voar. E cito Duda: eu nunca sei quem está do meu lado. Pecado.

  *Repeteco: aí de mim. Copacabana. Miedo de perder-te.

  *Estou cansado: de que lado é isso? Careço: luz e força. Gáz e telefone. Manchete de jornal dessa semana: amor mata três.

  *Lembrança de uma chanchada antiga, Carequinha e Fred Costinha. Sai de baixo. Alguem aí pode me ajudar a lembrar inteira a música daquele filme? Aquela marcha, help.          

  *Minha esperança é quando eu chego em casa: respirar e brincar com Thiago. Enquanto eu estiver atento, etc. Meu lugar não é o meu refúgio: é a minha vida, começo, meio e fim.

  *Meio e fim. O fim do começo, como sempre, e o meio mesmo eu não revelo. Onde fica?
  *Sem pé nem cabeça. O filho bebia vinho e pra não beber mais vinho foi mandado para o hospício onde lhe deram uma impregnação. Foi com um grande amigo meu e não pode mais se repetir.
  *O médico pediu: deixa eu ler os teus poemas. Esse outro grande amigo meu levou os poemas para o médico julgar. O médico achou a linguagem "totalmente fragmentada" e, para que ele voltasse a escrever como muito antigamente se fazia, mandou interná-lo e impregnou a sua célua nervosa. Crítica literária.
  *Sem pé nem cabeça: Estou cansado: de que lado é isso? Do lado de dentro, certo é preciso.
  *Do Ibope: quem já morreu e não sabe? Respostas para o amigo Carlos Imperial, ali na página de t
rás.

  *Informação: o Pasquim acabou com a Flor do Mal. Sintam o drama.

  *Eu queria mesmo era sair daqui agora e ir pra Bahia, onde o verão é maneiro, transeiro e muito iluminado. Eu queria mesmo era sair daqui agora e mergulhar no mar de alguma praia de lá. Eu queria mesmo era sair daqui agora sem olhar pra trás: o Rio de dezembro sempre me apavora, é uma coisa maluca mas o que é que eu posso fazer? Miedo de perder-te. Tremendo bolero.

  *Teve um dia que eu pensei que estava pra morrer. Faz muito tempo e Deus me salvou. Eu me levantei e saí novemente pela rua, graças a Deus. Informação.
  *Por que? Porque a morte não é vingança de Deus é amor, amor, amor, amor.
  *Procure compreender melhor: o inimigo é o demônio do medo. Livrai-nos Deus Nosso Senhor. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém


Torquato, neto -
publicado na sua coluna "Geléia Geral" no Jornal do Brasil

Um comentário:

  1. "Meu coração despedaçado não aguenta mais. Até que a morte me separe e reintegre"

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