No pé daquela serra
Sentado na beirada da fogueira
Tomada por aquela noite profunda e rodeada por aquelas matas antigas
Que encobrem uma gróta fechada e um velho caminho de pedra
Os antigos diziam
Que ali já teve fartura,
Onde levava minério e trazia estórias
Onde passava a boiada
Discanbando morro a baixo
Seguido dos gritos e assovios
Hoje apenas os rastros
O fogo revolta
No estralar da lenha e no trepidar das brasas
Um momentâneo silêncio emana
Olhos arregalados, fixos, porém cansados
Juro pelo sagrado
Que ao passar de olhos,
Por um momento enxergo
Sua silhueta por trás da claridade
As vezes se apresenta como uma jovem de belos traços
Lembranças de um passado,
Aparece rapidim e some pro meio do mato
As vezes aparece como uma velha
O arrepio sobe
Essa não vai embora, sempre trás mau agouro
Ao longe uma luz ilumia,
Na cozinha do casarão
O cheiro da carne do porco vai longe
Quando se esquece de mim
Margeando a mata do descampado ela vai
Rumo à janela espreitar
Com ciúme da alegria
E com fome da carne de porco
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