quarta-feira, 27 de julho de 2011
terça-feira, 19 de julho de 2011
Lançamento do Zine 5.000 sentidos - Igor Alves
O Grupo Larvas Poesia orgulhosamente convida a todos para um evento que com certeza será marcante para a história do grupo: O lançamento do Zine 5.000 Sentidos do Membro Fundador do Grupo Igor Alves.
Esse evento marca por ser propriamente o primeiro evento feito pelo grupo concomitantemente com o lançamento do primeiro material feito pelo coletivo. Além do "5.000 Sentidos" do Igor, tambem estarão expostos os zines "Raparam a panela e agora estou com fome" e "Cada um no seu quadrado: onde ponho uma maçã no universo?" de Vinicius Tobias
Como programação, podemos contar com som do Gabriel Resende e Luis Nascimento fazendo um tributo à Sérgio Sampaio. Receberemos também o Grupo de Poesia recém-formado em lavras o grupo Maravaia, dos nossos parceiros e o figurão Barkaça, presenças que garantirão um recitalzão, e todos poetas que tiverem por aí de bobeira e que quiserem recitar vamo que vamo...
E haverá tambem a exposição fotográfica de Marlon Franco "Gestos e Faces", tá tudo fechadinho sá falta você aparecer e arrasar.
Vai aí o cartaz seguido de uma degustaçãozinha!
como ser um jovem
descolado
nessa vida
de retalhos?
como ser um menino
comportado
nessa igreja
de pecados?
Igor Alves
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Igor Alves
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Oubi Inaê Kibuto - Poema Armado <> Gil Vicente - Inimigos
Que o poema venha cantando
ao ritmo contagiante do batuque
um canto quente de força,
coragem, afeto e união
Que o poema vinha carregado
de amargura, dores,
mágoas, medos,
feridas, fomes...
Que o poema venha armado
e metralhe a sangue-frio
palavras flamejantes de revoltas
palavras prenhes de serras e punhais...
Que o poema venha alicerçando
e traga em suas bases
palavras tijolantes,
pontos cimentantes,
portas, chaves, tetos, muros
e construa solidamente
uma fortaleza de fé
naqueles que engordam
o exército dos desesperados
Para que nenhuma fera
não galgue escadas
à custa de necessidades iludidas...
E nem mais se sustente
com carne, suor e sangue
de um povo emparedado e sugado
nos engenhos da exploração!
ao ritmo contagiante do batuque
um canto quente de força,
coragem, afeto e união
Que o poema vinha carregado
de amargura, dores,
mágoas, medos,
feridas, fomes...
Que o poema venha armado
e metralhe a sangue-frio
palavras flamejantes de revoltas
palavras prenhes de serras e punhais...
Que o poema venha alicerçando
e traga em suas bases
palavras tijolantes,
pontos cimentantes,
portas, chaves, tetos, muros
e construa solidamente
uma fortaleza de fé
naqueles que engordam
o exército dos desesperados
Para que nenhuma fera
não galgue escadas
à custa de necessidades iludidas...
E nem mais se sustente
com carne, suor e sangue
de um povo emparedado e sugado
nos engenhos da exploração!
* há algum sentido em não se matar o opressor?
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Todo apoio aos professores do estado de MG!
Todo apoio aos professores do estado que estão a dias em reuniões da câmara dos deputados de MG! Respeito à educação pública já!
Parece entrada de texto de um site estritamente político, ou algo no gênero, e não de um grupo de poesia, né? Pois é, e o que seria desta, senão uma hipocrisia linguística quando desmembrada da política (em seu sentido amplo) e mais ainda, da prática educacional e midiática em nossa aldeia mineira e mundial?
Enfim, o fato é que, ontem, no meu primeiro dia efetivo de férias, tentando fugir da pasmaceira global dos canais abertos em geral, fui ver o que tava rolando na TV assembléia, e pá: um tanto de professores com gritos de guerra em pleno plenário, lembrando inclusive situações vivenciadas pelo movimento estudantil na UFSJ no CONSU e em outras instâncias.
(isso reforça a tese de que a questão é estrutural, ideológica e sistêmica, nos diversos níveis da política e do poder, e não pontual, como querem alguns).
Continuando:
Eu não estou acompanhando muitíssimo de perto essa história que já se arrasta desde o império Neves até o atual Anestesia, mas não dá pra entender como um governo leva por tanto tempo uma medida inconstitucional, que é a de não pagar (ou maquiar aumentos) o piso salarial nacional obrigatório
para os trabalhadores da educação. Aliás, dá pra entender, mas não sem indignação. Especialmente pela omissão da população, da mídia, do ministério público, do governo federal e de tantas outras instâncias significadas pelas seguintes reticências . . .
o pior de tudo? é observar a forma mesquinha como é feita a "política" por aqui, que mais parece um grande jogo de interesses e propaganda.
Aliás, não se fala nada sobre isso em nenhum dos espaços da imprensa no estado. Daí há o senso comum de que esse governo está ótimo, e uns ainda culpam os professores de "não querer trabalhar".
O que mais cansa, é o silêncio forçado dos instrumentos de comunicação, e consequentemente o silêncio induzido da população; pior ainda, as palmas induzidas dentro de nossa gaiola ratoeira chamada democracia liberal.
Incrível que eu procurei na internet algo sobre a participação do movimento grevista da área da educação, encabeçados pelo SINDUTE, e da área da saúde, pelo SINDSAÚDE, e não tem praticamente NADA informando da situação ocorrida, o que é sintomático do controle da mídia televisiva, impressa e inclusive virtual por parte da base governista no estado. Parabéns aos professores e profissionais da saúde que, contra a corrente, insistem na luta por seus DIREITOS de condições salariais e estruturais dignas para atuarem em suas áreas.
Muito coerente a postura do "Bloco Minas Sem Censura" (PRB - PCdoB - PMDB - PT ), que estão fazendo um embargo aos projetos do governo, até que este abra as negociações (negadas) com os educadores e profissionais da saúde.
Apesar da clara motivação de uma política oposicionista em relação à base do governo, ao menos tem alguém lá dentro para a apoiar essa luta digna, legítima e necessária.
Daí eu me pergunto: esse pessoal tá fazendo isso por acreditar nessa causa, ou por serem oposição? e se não fossem desses "partidos?". E os que não vão às reuniões que vão tratar desse tema ou vão embora para invalidar votações, ou votam contra a causa dos professores? será que eles realmente não acreditam na necessidade dessa medida, dessa mínima justiça?
Não consigo crer nisso, e não consigo crer nessa política partidária que parece partir só para repartir os pedaços do bolo do poder e do capital público, para ver com quem fica as maiores fatias.
Enquanto isso, ninguém desconfia dos donos da festa, escondidos entre os berros das bolsas e os gabinetes nos altos dos prédios espalhados nos grandes centros do mundo e das metrópoles.
Canta, torquato:
Literato cantabile
agora não se fala mais
toda palavra guarda uma cilada
e qualquer gesto é o fim
do seu início;
agora não se fala nada
e tudo é transparente em cada forma
qualquer palavra é um gesto
e em sua orla
os pássaros de sempre cantam
nos hospícios.
você não tem que me dizer
o número de mundo deste mundo
não tem que me mostrar
a outra face
face ao fim de tudo:
só tem que me dizer
o nome da república do fundo
o sim do fim do fim de tudo
e o tem do tempo vindo;
não tem que me mostrar
a outra mesma face ao outro mundo
(não se fala. não é permitido:
mudar de idéia. é proibido.
não se permite nunca mais olhares
tensões de cismas crises e outros tempos.
está vetado qualquer movimento.
toriquato, neto
E pra não deixar eu mentir soznho, segue o documentário "Liberdade, essa palavra", sobre a censura em MG.Vale muito a pena ver, pra tirar um pouco a viseira:
Por Igor Alves
Parece entrada de texto de um site estritamente político, ou algo no gênero, e não de um grupo de poesia, né? Pois é, e o que seria desta, senão uma hipocrisia linguística quando desmembrada da política (em seu sentido amplo) e mais ainda, da prática educacional e midiática em nossa aldeia mineira e mundial?
Enfim, o fato é que, ontem, no meu primeiro dia efetivo de férias, tentando fugir da pasmaceira global dos canais abertos em geral, fui ver o que tava rolando na TV assembléia, e pá: um tanto de professores com gritos de guerra em pleno plenário, lembrando inclusive situações vivenciadas pelo movimento estudantil na UFSJ no CONSU e em outras instâncias.
(isso reforça a tese de que a questão é estrutural, ideológica e sistêmica, nos diversos níveis da política e do poder, e não pontual, como querem alguns).
Continuando:
Eu não estou acompanhando muitíssimo de perto essa história que já se arrasta desde o império Neves até o atual Anestesia, mas não dá pra entender como um governo leva por tanto tempo uma medida inconstitucional, que é a de não pagar (ou maquiar aumentos) o piso salarial nacional obrigatório
para os trabalhadores da educação. Aliás, dá pra entender, mas não sem indignação. Especialmente pela omissão da população, da mídia, do ministério público, do governo federal e de tantas outras instâncias significadas pelas seguintes reticências . . .
o pior de tudo? é observar a forma mesquinha como é feita a "política" por aqui, que mais parece um grande jogo de interesses e propaganda.
Aliás, não se fala nada sobre isso em nenhum dos espaços da imprensa no estado. Daí há o senso comum de que esse governo está ótimo, e uns ainda culpam os professores de "não querer trabalhar".
O que mais cansa, é o silêncio forçado dos instrumentos de comunicação, e consequentemente o silêncio induzido da população; pior ainda, as palmas induzidas dentro de nossa gaiola ratoeira chamada democracia liberal.
Incrível que eu procurei na internet algo sobre a participação do movimento grevista da área da educação, encabeçados pelo SINDUTE, e da área da saúde, pelo SINDSAÚDE, e não tem praticamente NADA informando da situação ocorrida, o que é sintomático do controle da mídia televisiva, impressa e inclusive virtual por parte da base governista no estado. Parabéns aos professores e profissionais da saúde que, contra a corrente, insistem na luta por seus DIREITOS de condições salariais e estruturais dignas para atuarem em suas áreas.
Muito coerente a postura do "Bloco Minas Sem Censura" (PRB - PCdoB - PMDB - PT ), que estão fazendo um embargo aos projetos do governo, até que este abra as negociações (negadas) com os educadores e profissionais da saúde.
Apesar da clara motivação de uma política oposicionista em relação à base do governo, ao menos tem alguém lá dentro para a apoiar essa luta digna, legítima e necessária.
Daí eu me pergunto: esse pessoal tá fazendo isso por acreditar nessa causa, ou por serem oposição? e se não fossem desses "partidos?". E os que não vão às reuniões que vão tratar desse tema ou vão embora para invalidar votações, ou votam contra a causa dos professores? será que eles realmente não acreditam na necessidade dessa medida, dessa mínima justiça?
Não consigo crer nisso, e não consigo crer nessa política partidária que parece partir só para repartir os pedaços do bolo do poder e do capital público, para ver com quem fica as maiores fatias.
Enquanto isso, ninguém desconfia dos donos da festa, escondidos entre os berros das bolsas e os gabinetes nos altos dos prédios espalhados nos grandes centros do mundo e das metrópoles.
Canta, torquato:
Literato cantabile
agora não se fala mais
toda palavra guarda uma cilada
e qualquer gesto é o fim
do seu início;
agora não se fala nada
e tudo é transparente em cada forma
qualquer palavra é um gesto
e em sua orla
os pássaros de sempre cantam
nos hospícios.
você não tem que me dizer
o número de mundo deste mundo
não tem que me mostrar
a outra face
face ao fim de tudo:
só tem que me dizer
o nome da república do fundo
o sim do fim do fim de tudo
e o tem do tempo vindo;
não tem que me mostrar
a outra mesma face ao outro mundo
(não se fala. não é permitido:
mudar de idéia. é proibido.
não se permite nunca mais olhares
tensões de cismas crises e outros tempos.
está vetado qualquer movimento.
toriquato, neto
E pra não deixar eu mentir soznho, segue o documentário "Liberdade, essa palavra", sobre a censura em MG.Vale muito a pena ver, pra tirar um pouco a viseira:
Por Igor Alves
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Dino Campana - Sonho de Prisão
No violácio da noite ouço canções brônzeas. A cela é branca, o catre é branco. A cela é branca, repleta de uma torrente de vozes que morrem nos angelicais berços, de vozes angelicais brônzeas está repleta a cela branca. Silêncio: o violáceo da noite: em arabescos pelas grades brancas o azul do sono. Penso em Anika: estrelas solitárias: depois igrejas de mármore brancas: nas ruas Anika canta: um bobo de olho infernal, gritando, guia-a. Agora minha cidade entre as montanhas. Do parapeito do cemitério diante da estação eu vejo o caminho negro das máquinas, subir, descer. Ainda não é noite; silêncio de olhos de fogo: as máquinas mastigam e remastigam o negro silêncio no caminho da noite. Um trem: chega em silêncio, pára, se esvaza: as fagulhas do trem mordem a noite: do parapeito do cemitério os olhos rubros vazam na noite: depois, me parece, tudo move-se, estronda: Eu fugindo por uma janelinha? eu que ergo os braços na luz!! (o trem passa sobre mim estrondando como um demônio.)
*os mísseis são os mísseis, são os mísseis, são os mísseis / são demônios (Itamar Assumpção)
terça-feira, 5 de julho de 2011
Sobre a Revolução - Paco Bernardo
I
Não
não quero revolucionar porra nenhuma.
Antes eu até tinha um grito aqui dentro
ao som de Usé e uns trabalhadores com
foices nas mãos que gritavam yeahhhhh
(não as foices, os trabalhadores
- os trabalhadores gritam yeahhhhh
com foices nas mãos).
E iam invadir e matar burguês.
Bota foto no burguês.
Bota fogo no cristão.
Vou dar porrada no presidente.
Bota fogo na nação.
Mas olha para essa gente,
olha para esse povo. Não
é uma revolução que mudará o
homem e, feita revolução,
ficarão os contrários a ela
marginalizados. Não podemos
fazer revolução nenhuma.
A revolução, para ser revolução,
deve ser feita sempre, sempre
a destruir a ordem vigente, independente
da qual seja. Deve seguir como uma
linha reta, sempre em frente,
desestruturando sempre a política (qualquer que seja)
e a economia (qualquer que seja)
e a sociedade (qualquer que seja).
Ou, caso contrário, não haverá revolução,
e nós, libertários, para bem do homem
que nos odeia, devemos fundar nossa
comunidade – e a revolução deverá
ser somente para que sejamos
idnependentes, livres de nação, lei, moral.
Nossa comunidade é nossa revolução.
II
Não
não quero revolucionar
merda nenhuma.
Faz pensar que o mundo
ainda tem coisa
e que tem coisa ainda no mundo.
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