That's a special night
(à Itamar Assumpção)
tenho a certeza convicta de que em seus abdomêns
já há a fria e pinicante sensação de que algo de terrível vá acontecer
ao anoitecer a lua parecia uma calota de caminhão
pouco tempo depois os planetas do sistema brilhavam pacas não é?
e lembrou-se que é de madrugada que as máscaras caem
estrelas cadentes cadenciaram por alguns minutos
e uma organização espacial libertou os 3 seres transparentes
que uniram os espíritos
que cantam que voam que tocam que andam
e não poderia faltar o
epirito de porco (e o kiko?)
afinal qual é o problema de ser só um pouquinho filho da puta, hein?
Nosso padroeiro celestial, vestindo armaduras coloridas com seus
dreads insanos procurando farofa e cachaça surfiu
a sua pele era negra como a própria noite
e não havia como separar a escuridão de si próprio
e se antes as luzes que compõe a madrugada brincavam
o breu agora era total
uma voz feminina atráz do coelho
que além de entrar no buraco também se chama Alice grita:
"Ita: Pedra em tupi
Maaaaaaaaaaaaar
que se eleva: Assumpção"*
O Itamar era a ausência da lua
e a escuridão tomou nossos corações
Vinicius Tobias
*(o trecho é um poema de Alice Ruiz)
*Se essa entidade baixa pode acreditar que ganhou o melhor da noite, o Itamar se torna herói pelos atos, pelos resultados tantos experimentais como populares, é a Vanguarda de 80 em seu máximo exponencial ou melhor segundo ele: "Vanguardinha, que vanguardinha o que?" é o espirito padroeiro de qualquer pensamento de liberdade artística e cultural, ou seja, liberdade de fato: Haja vida pro artista!
ESTALO
Ainda meio grogue,
sem saber direito
quem era, de que jeito
veio e onde, raios!, estava,
o negão esfregou os olhos
e piscou duzentas vezes,
Ainda meio grogue,
sem saber direito
quem era, de que jeito
veio e onde, raios!, estava,
o negão esfregou os olhos
e piscou duzentas vezes,
reconfigurando a visão.
Constatou, um tanto aflito,
que aquele lugar esquisito
não tinha teto e nem chão.
Pensou: “Será isso um sonho?”.
“Mas” – exclamou, ao reconhecer
o bigodudo que acenava pra ele
de longe: “Aquele lá
é o Leminski – morrendo de rir,
o filhadaputa, da minha
enormíssima aflição!”.
Num estalo, compreendeu tudo
e sorriu, já no clima.
foi caminhando, digo, planando
na direção do outro e mandou:
“Licença, meu mano!”
E o Tio Lema,
com pinta de anfitrião:
“Chega aí, Beleléu.
Bom que trouxe o violão”
Constatou, um tanto aflito,
que aquele lugar esquisito
não tinha teto e nem chão.
Pensou: “Será isso um sonho?”.
“Mas” – exclamou, ao reconhecer
o bigodudo que acenava pra ele
de longe: “Aquele lá
é o Leminski – morrendo de rir,
o filhadaputa, da minha
enormíssima aflição!”.
Num estalo, compreendeu tudo
e sorriu, já no clima.
foi caminhando, digo, planando
na direção do outro e mandou:
“Licença, meu mano!”
E o Tio Lema,
com pinta de anfitrião:
“Chega aí, Beleléu.
Bom que trouxe o violão”
Ricardo Aleixo
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