Burro, mas que esperanceia
O mais difícil é conseguir viver.
Depois que se consegue viver,
o tempo traz
em algum tempo
tudo que sempre quiseste,
leve e respirando.
Estranhamente limpo.
*
*
*
Artificial e Forçado
Que coisa óbvia.
Mas que coisa óbvia.
As pessoas só falam coisas óbvias nesse mundo?
Ai, me poupe, minhas vozes são tantas
que me canso, bem. Agora
vou tomar mel. Tomei tanto.
Sim, tomei tanto.
A dor te controla os nervos
te crispa os nervos
deixando-os mais crispados
(crispando tudo)
que um divino metafórico
sem grandes coisas para fazer
que assusta o mundo
aqui debaixo
(caí de cima).
Caí em cima de eu que há pouco caí de cima.
Querendo o pó,
concedo-to.
domingo, 29 de novembro de 2015
sábado, 14 de novembro de 2015
O fluxo gaudinesco de Lucas Alvim
lagarto - Gaudí |
Uma chuva de penas
coçam orlas de cimento.
Seu frio brilha confortável.
Iluminação nublada
que imunda
sentada gárgula
com olhos de baga.
com olhos de baga.
O abismo não a assusta
grinalda decaída e branca.
grinalda decaída e branca.
A química está envelhecida.
Os ventos não a removem
as cúpulas estão abençoadas
verduras que nada significam.
E não fazendo sentido
ela o cose
enquanto desconversa.
A olho sobre a madeira
de minhas orelhas.
Imaginado o humor das formas
trespassado de sua presença.
De como eram jovens.
De como as noites se desnumeravam.
E ela não se vá.
Entorpecida de sobriedade,
não há nada para o que sentir hoje.
A parafina de minha razão
não se derrete
se reconstitui bordado
por uma manhã fria.
Uma manhã que não é minha.
lagarto - Gaudí |
Químicas musculares
molham relâmpagos
nos sérreos ombros
em que repousam
queixos sentinelas.
queixos sentinelas.
Aqui olho gatilho,
quilômetros linguístico
quilômetros linguístico
sexo que percorri
na sola estrada
de terra acordada.
Procuro serrado
meus ossos expostos.
Na claridade de não saber,
não sou capaz
de me lembrar da necessidade
da queda de sombras.
Estou solto do bolso
em animais verdes
nas manchas de nuvens solares.
Ficarei sentado
entre cemiteriais
árvores férreas
e sua pedras vivas
em ornamentos.
Como lagarto humano,
enterro deserto
o dia que se decanta
e primavero
a noite
que se redemoinha
broto branco.
Inseto, guarda-chuvo
minhas pernas cruzadas
na dança relógia
de quinas sem ângulos
e esferas friáveis.
lagarto - Gaudí |
Galhos olhos perfuram o doce ventre ar.
Poupo sua essência em ombros ramos.
Pousam em mim pássaras luzes.
Lacrimejantes estrelas da cidade.
Afundo até as costas
Recife de quadrados lógicos.
Longe dos rebanhos do sol.
Longe dos rebanhos do sol.
Não conheço o cansaço.
me foi vendido somente o soterramento
de nossos lazeres.
Entre pinturas de nossos tijolos
a centésima luxuria de meu coração negro
morre em sais expostos ao sol.
De minha felicidade
só tenho sua inorgânica arcaria dentária.
E por um minuto
destruiria todos para brincar com seus cadáveres.
Crente de que nada me faltará.
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